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domingo, 6 de dezembro de 2009

Vendas da alma





Lágrimas de sangue invadem minha face já fria
Não consigo enxergar, tudo parece sumir diante de meus olhos
Não posso enxergar, não há luz
Quando se está na luz e subitamente se cai nas trevas
É difícil acostumar-se a escuridão
O escuro parece ainda mais escuro
Relaxo minha vista cansada, não quero voltar a enxergar
Transformo-me em nada, fico vazio de mim mesmo
Transformo-me no vácuo, pelo menos desejo isso

Dentro de mim, tudo se move
Tento não lembrar-me da luz,
Isso me causa dor em pensamento
Prefiro acostumar-me as trevas

O ar gelado manifesta-se com as sombras,
Cada toque seu em minha face, algo congela em mim
Palavras frias tomam minha mente,
Invadem meus ouvidos, congelam o meu coração

Meu corpo queima, mas estou com frio
Meu peito é tomado pela angustia e pela dor
Não vejo nada em minha frente
Não enxergo,
Mas minhas vistas cansadas se acostumam aos poucos com a escuridão

Agora posso sentir, vejo a mim mesmo
Não vejo a escuridão,
Vejo-me, escuro e sem luz
Eu sou minha própria luz e escuridão
Eu sou minha própria vontade e depressão
Eu sou minha própria felicidade e aflição

Agora vejo na escuridão que antes me cegou
Eu sou a própria Luz do meu caminho
E a própria treva de minha visão
Eu sou o segredo de mim mesmo
E as próprias vendas da escuridão.


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