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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Em alguma direção...





Diante da névoa que se abriga até onde posso ver, não vejo o fim da estrada
Não vejo o fim, não sei onde vou parar ou se vou parar um dia
Não consigo controlar meus passos, mas sigo atrás de algo
Minhas pernas me levam... Um passo de cada vez
Não enxergo um palmo a minha frente, mas tenho certeza do caminho que sigo

Caminho mais rápido, quase corro,
Não sei o que é, mas algo me parece familiar nesta sensação
Um brilho especial reluz como um clarão
Como uma lâmina afiada reluz ao brilho do luar
Mesmo em meio à neblina, enxergo aquela luz, aquele olhar
Meus passos seguirão a mesma direção, inconscientes de onde vão,
Mas conscientes de onde deveriam estar

Estive ao seu lado sem ver-te, estive ao seu lado sem saber
Mas sempre soube onde era o meu lugar,
E aquele brilho no olhar.... Ah!!! Aquele olhar
Foi mais que um sinal para me guiar
Foi onde pude ver, e com minha própria vontade te alcançar
Sem neblina para me atrapalhar, meus pés seguiram sem comando
Mas cheguei, e pude ver aquela Luz, por onde eu estava andando...
E a certeza que estava justamente onde deveria estar.




Nossas vidas são feitas de escolhas,
Escolhas são feitas de atitudes...
Atitudes são feitas de vontades e desejos
De vontades e desejos são feitos o amor e a vida.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Vendas da alma





Lágrimas de sangue invadem minha face já fria
Não consigo enxergar, tudo parece sumir diante de meus olhos
Não posso enxergar, não há luz
Quando se está na luz e subitamente se cai nas trevas
É difícil acostumar-se a escuridão
O escuro parece ainda mais escuro
Relaxo minha vista cansada, não quero voltar a enxergar
Transformo-me em nada, fico vazio de mim mesmo
Transformo-me no vácuo, pelo menos desejo isso

Dentro de mim, tudo se move
Tento não lembrar-me da luz,
Isso me causa dor em pensamento
Prefiro acostumar-me as trevas

O ar gelado manifesta-se com as sombras,
Cada toque seu em minha face, algo congela em mim
Palavras frias tomam minha mente,
Invadem meus ouvidos, congelam o meu coração

Meu corpo queima, mas estou com frio
Meu peito é tomado pela angustia e pela dor
Não vejo nada em minha frente
Não enxergo,
Mas minhas vistas cansadas se acostumam aos poucos com a escuridão

Agora posso sentir, vejo a mim mesmo
Não vejo a escuridão,
Vejo-me, escuro e sem luz
Eu sou minha própria luz e escuridão
Eu sou minha própria vontade e depressão
Eu sou minha própria felicidade e aflição

Agora vejo na escuridão que antes me cegou
Eu sou a própria Luz do meu caminho
E a própria treva de minha visão
Eu sou o segredo de mim mesmo
E as próprias vendas da escuridão.